28 janeiro 2011

Florbela Espanca: Tu És Assim... Princípio E Fim!

Saudações...

Para encerrar o mês de janeiro, trazemos nada mais, nada menos... que amor! Não sem dor... não sem contradição... e com muita paixão. Como deve ser! Assim... conheça um pedacinho de Florbela Espanca.

Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 - Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), batizada com o nome Flor Bela de Alma da Conceição, foi uma poetisa portuguesa. A sua vida de trinta e seis anos foi tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade. (fonte: wikipedia).



Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Florbela Espanca, por Bottelho (2008)
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

(Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade)


E agora... Florbela Espanca por Fagner.


Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

25 janeiro 2011

1001 Filmes: 2001 - Uma Odisseia No Espaço (2001 - A Space Odyssey)

DIREÇÃO: Stanley Kubrick;
ANO: 1968;
GÊNEROS: Aventura e Ficção Científica;
NACIONALIDADE: Inglaterra;
IDIOMA: Inglês e Russo;
ROTEIRO: Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke;
BASEADO EM: conto 'A Sentinela' de Arthur C. Clarke;
PRINCIPAIS ATORES: Keir Dullea (Dr. David Bowman); Gary Lockwood (Dr. Frank Poole); William Sylvester (Dr. Heywood R. Floyd); Douglas Rain (voz do computador HAL 9000); Daniel Richter (Moon-Watcher); Leonard Rossiter (Dr. Andrei Smyslov); Margaret Tyzack (Elena); Robert Beatty (Dr. Ralph Halvorsen); Sean Sullivan (Dr. Bill Michaels); Frank Miller (Voz Do Controle da Missão); Bill Weston (Astronauta); Ed Bishop (Aries-1B Capitão Luna Shuttle) como Edward Bishop; Glenn Beck (Astronauta); Alan Gifford (Pai de Frank Poole); Ann Gillis (Mãe de Frank Poole).





SINOPSE: "Desde a 'Aurora do Homem' (a pré-história), um misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman e Frank Poole é enviada à Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes. O autor escreveu três outras obras baseadas no livro/roteiro original, como forma de sequência e de finalização dos três últimos atos do filme: 2010: Uma Odisséia no Espaço II, 2061: Uma Odisséia no Espaço III e 3001: A Odisséia Final." (Cinema Menu).



"Pela primeira vez nessa nossa jornada, nos deparamos com um dos maiores clássicos do cinema, e por conta dessa definição, achamos que qualquer nota menor que 5 é quase impossível. Pois é, estávamos errados! Mais um aprendizado, onde nos foi ensinado que nem todos os clássicos do cinema serão grandes filmes para nós. O filme é considerado um clássico por nós por vários aspectos: 1) retratar a chegada do homem a lua um ano antes de se tornar realidade; 2) produzir imagens clássicas do cinema, onde mesmo aqueles mais distantes da sétima arte, já as viram em algum momento; 3) conseguir fazer um 'filme mudo' mesmo tendo 40 minutos de fala; 4) unir de maneira vital, indissociável e perfeita, imagens e música; 5) produzir imagens pioneiras do espaço, como nunca antes havia sido feita, e; 6) retratar de forma quase premonitória a relação íntima do Homem com a Máquina, e ir além, também retratar a dependência do Homem pela Máquina. Vale ressaltar algumas características acertadas desse filme. A primeira, é sobre as cenas clássicas que ele produziu, trazendo cenas que estão nas mais lembradas, simbólicas e inesquecíveis do cinema, como: o macaco batendo nos ossos, e depois, jogando um desses para o céu, até virar uma nave espacial; a viagem alucinante do Dr. David no tempo refletida no visor do seu capacete, e; dentro da nave, em seu habitat circular, onde os astronautas ficam andando em qualquer direção. É interessante ressaltar também a trilha sonora, onde também é mais um item clássico do cinema, e assim como nas cenas, qualquer pessoa que tenha tido um mínimo de contato com a sétima arte, já ouviu 'Assim Falou Zaratustra (Also sprach Zarathustra, Op. 30)' de Richard Strauss que aparece no começo e no final do filme. A escolha dessa música não foi ao acaso, pois Strauss a compôs em 1896 baseado no 'tratado filosófico' de mesmo nome escrito por Friedrich Nietzsche, onde ele narra a noção de que os seres humanos são uma forma transicional entre macacos e o que Nietzsche chamou de Übermensch (traduzido como 'além-do-homem' ou 'super-homem'). É inegável o papel importante que esse filme trouxe para a cinematografia, para a história do entretenimento e para nós, ele é um clássico, e disso eu não discordo, assino em baixo. Mas o filme em si, sem uma visão analítica, ele é bastante fraco, confuso, sem sentido, com uma narrativa pobre, com a atuação dos atores dispensáveis, etc, e por isso, analisando apenas o filme em si, sem olhar para as entrelinhas, ele é regular."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Falando de Stanley Kubrick devo dizer que há melhores obras realizadas por este mestre. Mas, de qualquer forma, 2001 é um filme clássico, que conseguiu, em toda sua controvérsia, entrar para a história do cinema e consagrar modos inovadores, para a época, de filmagem e produção de arte e de som. Um filme que não se encaixa em gêneros, de tão singular, mas que peca em falta de atuação (que talvez nem seja exigência do contexto mostrado) e em roteiro, parecendo meio perdido pelo caminho. Pensei, ao ver este filme, em como a ambição humana por dar poder à máquina pode levar a caminhos desconhecidos: como será um futuro em que a máquina poderá dizer que reconhece a projeção de suas emoções no ser humano à frente dela? Assim, destaco como interessantes a relação homem-máquina e a especulação sobre a origem da vida e acerca do infinito (temas que podem dar muito a refletir em nossa era pós-moderna), mesmo que tenham ficado meio... 'mal explicados'."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os 1001 Filmes, acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

21 janeiro 2011

Profissão: Ex-Presidente

Por Jonathan Pereira

Achei bastante interessante a idéia da Globo News, no Jornal das 10, de produzir 4 entrevistas de aproximadamente 10 minutos com os 4 primeiros ex-presidentes da república no período de democracia: José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.




O interessante é ter essa oportunidade de ouvir dessas pessoas, que comandaram o país na fase democrática, tendo as perguntas e tempo bem próximos, e podendo comparar numa linha tênue, alguns aspectos pessoais, de caráter, de ideologia partidária, as conquistas, as dificuldades, os erros, sendo conduzidos pelo grande Carlos Monforte.




Claro que todos tiveram seus erros, e não podemos esquecer que todos tiveram seus acertos também, mas o que importa, é que se compararmos os períodos que cada um foi presidente, conseguimos sempre ter a certeza que o posterior conseguiu fazer melhor, de forma geral, para o Brasil e o povo brasileiro.




Um ponto interessante que percebi nessas entrevistas, é a forma como cada um aborda seu período na presidência e demonstra a sua personalidade como pessoa, e também, como presidente. O Sarney humilde, o Collor altivo, o Itamar ressentido e o FHC satisfeito.




Os próprios ex-presidentes mostram a sua visão do que seria o principal foco, lembrança, acontecimento, etc. de suas passagens pela presidência da república. Enquanto o Sarney queria legitimar a figura do presidente o FHC queria legitimar a figura do ex-presidente, ao passo que o Collor foi o primeiro presidente deposto democraticamente e Itamar foi o presidente responsável por acabar com a principal preocupação dos brasileiro entre as décadas de 1960 e 1990: a inflação, ao criar o Plano Real.

Deixo a sugestão para essa aula de história e do Brasil, com algumas revelações inéditas.


Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

18 janeiro 2011

1001 Filmes: Aconteceu Perto Da Sua Casa (C'est Arrivé Près De Chez Vous)

ANO: 1992;
GÊNEROS: Comédia, Policial e Terror;
NACIONALIDADE: Bélgica;
IDIOMA: Francês;
ROTEIRO: Rémy Belvaux, André Bonzel, Benoît Poelvoorde e Vincent Tavier;
BASEADO EM: ideia de Benoît Poelvoorde;
PRINCIPAIS ATORES: Benoît Poelvoorde (Ben); Rémy Belvaux (Rémy); André Bonzel (André); Édith Le Merdy (Nurse); Jacqueline Poelvoorde-Pappaert (A mãe de Ben); Nelly Pappaert (Avó de Ben); Hector Pappaert (Avô de Ben); Jenny Drye (Jenny); Malou Madou (Malou); Willy Vandenbroeck (Boby); Rachel Deman (Mamie Tromblon); André Laime (Velho De Cama); Sylviane Godé (Martine, vítima de estupro); Zoltan Tobolik (Marido de Martine); Valérie Parent (Valerie); Alexandra Fandango (Kalifa) e Olivier Cotica (Benichou).





SINOPSE: "Uma feroz comédia de humor negro, parte de uma idéia das mais originais: uma equipe de documentaristas acompanha os passos de um serial killer e enquanto ele vai assassinando suas vítimas, diante das câmeras, também o vemos discorrer sobre temas variados como arte, música, natureza e a vida em geral." (Terra Cinema & DVD).



"Quando lemos a sinopse do filme, já nos preparamos para um filme pesado, forte e triste, mas por incrível que pareça, não foram esses sentimentos que prevaleceram. O filme tem um grande mérito: retratar a vida de uma pessoa em todos os seus sentidos, e nesse caso, ser assassino, ladrão e perverso é apenas um detalhe do filme. Em raros momentos você fica com raiva de Ben, exceto no assassinato da sua primeira vítima que sofre com problemas cardíacos e ele a mata com um susto, mas mesmo nesse caso, você ainda consegue achar alguma graça naquilo. O momento em que os sentimentos negativos mais me afloraram não foram protagonizados por Ben ou sua equipe, mas por uma enfermeira que destrata de um dos seus pacientes, ou seja, essa tal enfermeira é mais 'cruel, dura e má' que o próprio Ben."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Filme francês é uma delícia de se contemplar. Neste caso, especificamente, uma obra com orçamento baixo, gravado com uma câmera praticamente caseira, com roteiro simples e sem expectativa de público... fórmula para um filme ficar dentro da gaveta, mas que deu certo. Há qualidade nas atuações e traz a brilhante ideia de se trazer pessoas da família do diretor para 'atuarem' e, o melhor, sem saberem que estavam atuando. Ficou muito real e enquanto assistíamos pensávamos que as atuações daqueles senhores e senhoras estavam muito naturais. Depois viemos saber o motivo. É um filme que deixa a mensagem de que com muito pouco recurso pode se fazer algo de muita qualidade quando se trata em cinema. A cena final – um final impagável - deixa o espectador com a boca aberta e com uma questão sem resposta junto a um gosto estranho na boca como que nos indagando se gostamos ou não desta obra. Gostaria de chamar a atenção para a equipe de produção do personagem principal, que o acompanha em seus assassinatos, sendo testemunha de todos os crimes, participando como espectadores: Jacques Lacan, psicanalista francês, tem, nesta questão, seu conceito de Interpassividade muito bem ilustrado. Ora, não preciso 'gozar', já que o outro está gozando por mim, cometendo tudo aquilo que eu tenho de mais podre dentro de mim, que não aceito, que repudio, que não quero... mas o outro ali frente a mim faz, eu assisto e fico em minha posição interpassiva, me regozijo, participo como quero, como posso, como consigo, como me permito... sinto-me feliz com isso, aplaco meus desejos e baixo a guarda, a ansiedade e a vontade... aplaca meus instintos agressivos, sexuais... – sim, o gozo não se completa, mas se aplaca. E não é assim sempre? No mais, 'Aconteceu Perto Da Sua Casa' é uma obra muito contemporânea que aborda o valor da vida. Qual é o valor da vida hoje em dia? A frieza com que o personagem principal trata seu 'trabalho' nos dá uma pista para a resposta."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os 1001 Filmes, acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

16 janeiro 2011

Melhores Créditos: Parte 2

Inspirados por posts em sites diversos e ranking's de todos os tipos, trazemos hoje a segunda parte de nosso ranking com 5 créditos de abertura interessantes, criativos e que despertam no espectador a vontade de continuar a assistir a obra.

Alguns dos filmes abaixo terão posts individuais com nossos comentários, mas ficam todos desde já como dicas de bons filmes para se ver nestas férias, nos fins de semana... e sempre que desejar!



5ª posição: O Reino (The Kingdom, EUA, Peter Berg, 2007)
Misturando história e ironia... nossa quinta posição de hoje!



4ª posição: Prenda-me Se For Capaz (Catch Me If You Can, EUA, Steven Spielberg, 2002)
Uma fórmula que mistura comédia e ação de modo bem artístico ao se mostrar os créditos para este filme...



3ª posição: Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2, EUA, Sam Raimi, 2004)
Muito interessante a abertura deste filme manter a origem das histórias em quadrinhos e, diga-se de passagem, muito bem montada. Esta em terceiro no nosso ranking!



2ª posição: Zumbilândia (Zombieland, EUA, Ruben Fleischer, 2009)
Neste vídeo... temos a dizer que ao ver a primeira cena já mostra o impacto destes créditos iniciais... mas... ele surpreende com cenas muito interessantes até o final! Nossa segunda posição!



1ª posição: Clube Da Luta (Fight Club, Alemanha/EUA, David Fincher, 1999)
Sugerimos que assistam e vejam a razão de este início de filme estar em nossa primeira posição nesta edição do ranking!



Interessante notar como esta lista, ao contrário da anterior, ficou tendenciosa para os EUA... pensaremos sobre isso. No mais... agradecemos novamente ao Pipoca de Bits e ao Unreality Magazine pela idealização de se fazer listas deste tipo, assim como por nos inspirar a fazer a nossa votação. E para você, quais são as melhores artes de créditos (iniciais ou finais) de filmes?


Traremos outros ranking's no futuro. Até lá...


Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Presente 1: Selo de Qualidade (Projeto Créativité)

Saudações,

Gostaríamos de agradecer à Morena, a Norma e ao Roberto por nos presentear com o selo de qualidade abaixo:






Seguindo a “tradição” deste selo, indicamos abaixo 15 outros blogs para receberem de nós este presente.


E respondemos ao questionário. Sempre a reposta obedecerá a seguinte ordem: primeira resposta do Jonathan e segunda resposta do Kleber, segue:


Nome: Jonathan Pereira / Kleber Godoy;

Uma música: Aerosmith - I Don't To Miss A Thing / Queen - We Are The Champions;

Humor: não me sinto no direito de ser grosso com ninguém, por qualquer motivo / gay... rs...;

Uma cor: branco / azul;

Uma estação: aquela que tem a beleza das flores, a vida do sol, o aconchego do frio e o renascer da vida / inverno... bem frio... rs... e um corpo junto para aquecer;

Como prefere viajar: confortavelmente / de carro?;

Um seriado: Chapolin Colorado / são tantos... enfim... Desperate Housewives;

Frase e/ou palavra mais dita por você: "entendi!" / "interessante...";

O que achou do selo: Uma idéia bastante gratificante a quem recebe, e principalmente, a quem indica, além de ser uma referência às pessoas que estão procurando novos blogs válidos para seguir / é... uma nova forma de premiação de blogs feita pelos próprios blogueiros, além de uma ferramenta de divulgação importante que ajuda a divulgar boas ideias por ai afora no mundo virtual.


A regra é: postar o selo, indicar 15 amigos, avisá-los do presente e responder ao questionário.

Obrigado, mais uma vez, à Morena.


Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

12 janeiro 2011

1001 Filmes: Koyaanisqatsi (Koyaanisqatsi)

DIREÇÃO: Godfrey Reggio;
ANO: 1983;
GÊNEROS: Arte, Documentário e Vanguarda;
NACIONALIDADE: EUA;
IDIOMA: Inglês e Hopi;
ROTEIRO: Godfrey Reggio, Walter Bachauer, Ron Fricke e Michael Hoenig;
BASEADO EM: ideia de Godfrey Reggio;
PRINCIPAIS ATORES: não contem.





SINOPSE: "Filme mais conhecido da trilogia Qatsi, composta juntamente com as seqüências Powaqqatsi (1988) e Naqoyqatsi (2002), leva sua audiência a refletir sobre os aspectos da vida moderna que nos fazem viver sem harmonia com a natureza, bem como a pressão exercida pelas inovações tecnológicas que tornam o cotidiano cada vez mais rápido. São apresentadas cenas em paisagens naturais e urbanas, muitas delas com a velocidade de exibição alterada. Algumas cenas são passadas mais rapidamente e outras mais lentamente que o normal, criando juntamente com a trilha sonora uma idéia diferente da passagem do tempo. O diretor Godfrey Reggio considera Francis Ford Coppola como produtor executivo por suas contribuições no final da produção." (Cineclube Manjericão).



"O famoso ditado: 'Uma imagem vale mais que mil palavras!' é perfeitamente entendida ao assistirmos esse filme. Fazer um filme que prenda a atenção e desperte o interesse do espectador até seu final já é algo bastante trabalhoso e difícil mesmo quando utilizando imagens, sons, atores famosos, músicas, efeitos especiais, assunto de fácil identificação etc., agora, imaginarmos que alguém consiga produzir um filme, de 87 minutos (eu disse uma hora e vinte e sente minutos), lançando mão apenas de imagens e música de variados aspectos da vida humana em diferentes velocidades, e ainda sim, conseguir ser surpreendente, são para poucos, como é o caso desse documentário. Fazer com que você fique observando uma cena simples, corriqueira por 40, 50 segundos que por vezes você tenha a vivido horas antes e nem tenha reparado, é algo que mexe com suas emoções e convicções. Mostra o quanto o nosso cotidiano contemporâneo nos exige que tenhamos cada vez mais pessoas a nossa volta e, consequentemente, estreita a nossa relação com a solidão e o superficial. Por ser um filme que foi terminado há mais de 20 anos, há cenas que hoje não são tão inovadoras, mas em sua maioria, ainda sim, olhar uma cachoeira em seu curso normal, não é apenas ver uma cachoeira, é sentir a necessidade de repensar sobre seus ideais e verdades, sobre seu papel e se as escolhas que fez estão corretas ou não."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Uma vida desequilibrada! Esta é a aposta do filme de vanguarda de Godfrey Reggio e seus colaboradores. As imagens são lindas e o movimento junto com a música é perfeita mostrando o desequilíbrio humano em um contexto de velocidade, destruição, demolição, inovação e... mais velocidade. O espetáculo humano está presente com grandiosas obras e muita luminosidade. Nada mais adequado para uma época na qual o narcisismo predomina, mesmo que não só, mas agregado a suas patologias, muito bem demonstrada no momento em que a multidão se dissolve e as imagens mostram a solidão das pessoas, que durante o dia estavam todas rodeadas de outras... porém, vemos, sós. Daí uma das fontes do alto consumismo predominante. Porque necessitamos consumir tanto? Os sólidos se dissolvem, derretem, implodem e as estruturas antes existentes se modificam, questionando o que são: família, relação, religião, amor, valores... hoje em dia. Com o tempo aprendemos que não se precisa responder a tudo isso e que algumas coisas sólidas realmente devem derreter. E talvez seja mais importante nunca deixar de questionar. Neste contexto muito difícil se torna a atuação do psicólogo e de outros profissionais com compromisso de humanização: com tanta velocidade, quem tem tempo para questionar e tomar contato com dores, perdas, agonias... suas e dos demais? Concluindo, um documentário muito interessante que em sua falta de voz, muito fala. Porém, o achei um pouco cansativo, podendo se condensar em menos tempo de produção, passando a mesma mensagem. Ora... eu também peço rapidez: nada mais coerente para um jovem em plena experiência na malha pós-moderna."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os 1001 Filmes, acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.





















Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

07 janeiro 2011

Melhores Créditos: Parte 1

Inspirados por posts em sites diversos e ranking's de todos os tipos, trazemos hoje 5 créditos de abertura interessantes, criativos e que despertam no espectador a vontade de continuar a assistir a obra. Elencamos um ranking da 5ª à 1ª posição, mas deixamos claro que a votação foi muito difícil, já que para estarem aqui é porque os achamos realmente bons!

Alguns dos filmes abaixo terão posts individuais com nossos comentários, mas ficam todos desde já como dicas de bons filmes para se ver nestas férias, nos fins de semana... e sempre que desejar!



5ª posição: Grease, Nos Tempos Da Bilhantina (Grease, EUA, Randal Kleiser, 1978)
Muito boa arte para a época sendo que para hoje nem tanto, mas o simbolismo dos espelhos é muito interessante de se apreciar e merece a 5ª posição em nosso ranking.



4ª posição: Cidade De Deus (Cidade De Deus, Brasil, Fernando Meirelles, 2002)
Pois é... é muito difícil de se viver na favela, até mesmo para um simples frango! Esta abertura mostra um pouco da cultura que o filme busca nos trazer.



3ª posição: Obrigado Por Fumar (Thank You For Smoking, EUA, Jason Reitman, 2006)
Grande criatividade ao se utilizar das embalagens de cigarro para esta abertura... nossa 3ª posição.



2ª posição: Beijos E Tiros (Kiss Kiss Bang Bang, EUA, Shane Black, 2005)
Merece a segunda posição pela arte utilizada na apresentação das palavras, assim como pelas cores que contrastam e pelo clima de suspense que causam. Lembra-nos um pouco as aberturas de 007.



1ª posição: Temos Vagas (Vacancy, EUA, Nimród Antal, 2007)
É o tipo de abertura que desperta algo interessante dentro do expectador, um suspense diferente... além de fazer uma ótima conexão com o início do filme. E o melhor, utilizando-se de uma ideia muito simples. Abaixo... nossa primeira posição de hoje!



Agradecemos ao Pipoca de Bits e ao Unreality Magazine pela idealização de se fazer listas deste tipo, assim como por nos inspirar a fazer a nossa votação. E para você, quais são as melhores artes de créditos (iniciais ou finais) de filmes?

Traremos outros ranking's no futuro. Até lá...


Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

02 janeiro 2011

1001 Filmes: Akira (Akira)

DIREÇÃO: Katshuhiro Otomo;
ANO: 1988;
GÊNEROS: Ação, Animação, Aventura, Ficção Científica e Thriller;
NACIONALIDADE: Japão;
IDIOMA: Japonês;
ROTEIRO: Katshuhiro Otomo e Izô Hashimoto;
BASEADO EM: mangá homônimo de Katshuhiro Otomo;
PRINCIPAIS ATORES: (Akira/28); Mitsuo Iwata (Shotaro Kaneda); Nozomu Sasaki (Tetsuo Shima); Mami Koyama (Kei); Tarō Ishida (Coronel Shikishima); Kazuhiro Kamifuji (Masaru/27); Tatsuhiko Nakamura (Takashi/26); Fukue Ito (Kiyoko/25); Hiroshi Ōtake (Nezu); Masaaki Ōkura (Yamagata/Yama); Takeshi Kusao (Kai) e Yuriko Fuchizaki (Kaori).




SINOPSE: "O ano é 2019 e Tokyo (hoje chamada de Neo Tokyo) já fora abalada por uma Terceira Guerra Mundial. Gangues de motoqueiros povoam uma nova cidade aterrorizada por grupos anti-governamentais. Kaneda é o líder de uma dessas gangues e o membro mais novo de seu grupo, Tetsuo, acaba se desgarrando. Tetsuo sofre um acidente misterioso, e acaba sendo presa de um coronel com sede de poder e de um doutor meio paranóico tornando-se vítima de uma série de experiências, as quais tentam fazer com que ele desenvolva uma espécie de poder psíquico. Esta força acaba por enlouquecê-lo aos poucos, fazendo com que ele comece a perder o auto-controle. O poder é comparado ao de "Akira" e agora todos devem se unir para evitar uma nova tragédia de proporções mundiais." (Animes Shade).


"Akira me surpreendeu duplamente. Primeiro, a qualidade, o cuidado, os detalhes do desenho agregado à imaginação de Katshuhiro Otomo resulta nesse trabalho vigoroso, ágil, caótico e confuso. A segunda surpresa, é justamente essa confusão, bagunça e poluição, que acabam por vezes não tendo um sentido claro e óbvio. Essas duas características acabam por se completarem, pois sem essa loucura a criação poderia ser limitada. Não me agrada muito esse caos sem nexo, mas fiquei imensamente encantado com o dom para desenhar de Otomo, um outro filme, sem essa genialidade, não teria recebido mais que 2 na minha votação particular. Ele consegue descrever um mundo que imaginamos ser daqui mais de 20 anos, se pensarmos que o mundo irá ser mais violento, truculento, ambicioso, egoísta e caótico que é hoje."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Muito interessante como alguns filmes animados conseguem penetrar na alma das pessoas como é o caso de Akira. Explicação para isso talvez seja o lúdico como forma de contato com nossas partes mais primitivas. Em todo caso, o longa demonstra o mundo adolescente com todo seu 'poder', tanto criador quanto destruidor. Os impulsos, a falta de certeza, a possibilidade de se lançar aos riscos sem horizonte e, porque não dizer, necessidade de se lançar ao mundo para conhecê-lo. Os poderes latentes de Tetsuo mostram o alto potencial humano para a realização, para a criação, preconizado por Carl Rogers no século XX, ignorado por muitas vertentes do conhecimento acerca da mente humana. Mas não sem dor... não sem agressividade. Este poder, ao ser desenvolvido no personagem, mostra toda sua agressão contra o mundo, a defesa que emite para contrapor-se à sua fragilidade construída em uma história de vida de carência e abandono, na tentativa de se elaborar lutos e de se experienciar a glória. A questão que fica, a meu ver, desta produção, é no quanto reprimimos em nós (seja por conta do olhar do outro ou por nossa própria dinâmica interna) este poder criador e este desprendimento que quando mais jovens tendemos a ter, de se jogar no mundo para conhecê-lo, sem medo de encontrar novos caminhos e sabendo que a criatividade leva à resolução das adversidades. Em que momento esta ruptura acontece? Onde está aquele jovem (leve, talvez) que um dia fomos? Além disso, o filme conta também um pouco do que é o universo jovem na cultura japonesa, que tenta por diversos meios reprimir os instintos e julgar a competência daquele que está ali para contribuir para o crescimento da comunidade (fato compreensível para um povo com tanta determinação). Resultado desastroso desta pressão exercida se encontra na Síndrome Hikikomori, na qual o jovem se isola por longos períodos, se escondendo do olhar do Outro. Lacan poderia estar aqui para nos ensinar um pouco sobre esta relação que se estabelece. Há tanto para se falar desta produção de Katsuhiro Otomo... uma animação japonesa cheia de símbolos e significados subliminares que merece ser conhecida pelo ocidente."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os 1001 Filmes, acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.





















Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

1001 Filmes: Agonia E Glória (The Big Red One)

DIREÇÃO: Samuel Fuller;
ANO: 1980;
GÊNEROS: Ação, Drama e Guerra;
NACIONALIDADE: EUA;
IDIOMA: Inglês, Francês e Italiano;
ROTEIRO: Samuel Fuller;
BASEADO EM: ideia de Samuel Fuller;
PRINCIPAIS ATORES: Lee Marvin (O Sargento); Mark Hamill (Soldado Griffin); Robert Carradine (Soldado Zab/Narrador); Bobby Di Cicco (Soldado Vinci); Kelly Ward (Soldado Johnson); Siegfried Rauch (Sargento Schroeder); Stéphane Audran (A dona do albergue); Serge Marquand (Rensonnet); Charles Macaulay (General/Capitão); Alain Doutey (Broban, Sargento Vichy); Maurice Marsac (Cornoel Vichy); Colin Gilbert (Dog Face POW); Joseph Clark (Soldado Shep, soldado no transporte de tropas); Ken Campbell (Soldado Lemchek); Doug Werner (Switolski).






SINOPSE: "Durante a Segunda Guerra, quatro rapazes da Primeira Divisão de Infantaria participam de combates contra franceses colaboracionistas na Argélia e desativam um campo de concentração na Tchecoslováquia, comandados por um sargento veterano da Primeira Guerra. Vivem também uma série de episódios pitorescos, todos anotados por Zab (Robert Carradine), o escritor do grupo. Eles realizam o parto de uma mulher dentro de um tanque, travam um tiroteio com alemães diante dos indiferentes loucos de um asilo na Bélgica e refestelam-se com uma macarronada ao ar livre na Sicília, entre outros feitos." (Ver Filmes Online).



"Este é o primeiro filme da nossa jornada para assistirmos os '1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer (Steven Jay Schineider, 2008, Editora Sextante)' da qual pretendemos postar aqui um comentário nosso para cada filme assistido, além de alguns dados técnicos dos filmes, compartilhando com você essa experiência que já se mostrou, depois de 3 filmes assistidos, muito rica e diversificada. Esse não é apenas um filme de guerra, com seus clichês típicos de filmes deste gênero (mortes, lutas, tiros, bombas, etc.), ele traz uma interpretação impecável de Lee Marvin como um sargento que consegue, ao mesmo tempo ir chamando seus soldados por números, para que eles consigam montar um armamento e consequentemente morrer, sem o menor emoção para com as pessoas, ou defendê-los perante a dona do albergue, demonstrando que eles não são aquilo que aparentam ser, bagunceiros, bêbados, etc., com carinho e proteção de alguém mais experiente para alguém mais jovem. Sua figura é implacável e retumbante, ao mesmo tempo que é forte, serena e despretensiosa. Apesar de mostrar as glórias que esse grupo consegue, o filme não os idolatram como heróis, ou os melhores soldados dos EUA, simplesmente retrata as agonias e glórias desses soldados, assim como tantos outros milhares iguais a eles que lutaram nas mesmas guerras e também tiveram as mesma provações e conquistas. Há cenas espetaculares, como a guerra dentro do hospício, a emboscada dos alemães em volta de um tanque, o parto de um bebê dentro desse tanque de guerra, o sargento usando sobre o capacete um arranjo de flores feito por uma italiana como agradecimento e o deixando com cara de palhaço e o pedido, no meio da guerra, de um menino que tinha um segredo importante para o grupo e que ele troca por um enterro justo de sua mãe morta que ele carrega para todo lado."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Agonia e Glória é um filme sobre vida e morte, seus entrelaçamentos e a necessidade que tem uma da outra. Freud não chegou a viver para presenciar a Segunda Guerra, contexto do longa, mas se estivesse vivo na ocasião poderia expandir, quem sabe, suas reflexões já iniciadas quando da Primeira Guerra, acerca dos impulsos violentos que nos avassalam, assim como sobre a transitoriedade, o luto e a melancolia. Todo longo percurso do filme de Samuel Fuller é lindo e muitas cenas que parecem ser de morte, na verdade, são de luta pela sobrevivência, como na ocasião em que os soldados, despersonalizados, identificados por números, são enviados, um a um, para a morte a frente das trincheiras. Dão a vida por uma causa: a da vida de muitas outras pessoas. Nobre? Também. O fato é que na história da humanidade o que faz a evolução acontecer é o movimento, impulsionado pelo paradoxo e pelos contrários: amor e ódio, luta e estagnação, morte e vida. Olhando mais de perto nossa vivência mais íntima, esta, a de cada um de nós, percebemos que não fica tão separadinho como tentamos deixar... somos preservação e agressão, temos sentimentos bons e maus pelos mesmos objetos e... assim é a vida, com movimento. Como diz o sargento para seu (antes) inimigo: 'Viverás, mesmo que tenha que lhe arrancar a cabeça'. E, neste sentido, temos mais em comum com nossos inimigos (sejam sujeitos ou partes de nós mesmos), do que imaginamos. Melanie Klein sabia bem disso. Para se viver bem também se necessita dar o sangue, matar muito de nós e dos outros. Por fim, a importância deste filme é mostrar que a vida é uma luta diária, de nós com nós mesmos, nossos desejos e instintos. Luta esta que contém agonias e glórias, as quais nem sempre (ou quase nunca) o ser humano consegue identificar, separar, dar adequados significados. Assim, filmes de romance mostram paixões que são verdadeiras guerras e, neste contexto... existirá um dia a preconizada paz eterna que as religiões tanto almejam? Com tantos sentimentos na vivência e na com-vivência, arrisco dizer que jamais teremos. E é até bom que assim seja..."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os 1001 Filmes, acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.






























Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...