29 março 2011

1001 Filmes: Os 39 Degraus (The 39 Steps)

DIREÇÃO: Alfred Hitchcock;
ANO: 1935;
GÊNEROS: Drama, Suspense, Thriller;
NACIONALIDADE: Inglaterra;
IDIOMA: inglês;
ROTEIRO: Charles Bennett;
BASEADO EM: livro homônimo de John Buchan;
PRINCIPAIS ATORES: Robert Donat (Richard Hannay); Madeleine Carroll (Pamela); Lucie Mannheim (Miss Annabella Smith); Godfrey Tearle (Professor Jordan); Peggy Ashcroft (Margaret, esposa do arrendatário); John Laurie (John, arrendatário); Helen Haye (Sra. Jordan); Frank Cellier (Xerife Watson) e Wylie Watson (Sr. Memória).




SINOPSE: "Richard Hannay (Donat) está de férias em Londres e conhece uma mulher misteriosa que lhe fala alguma coisa sobre o caso de um homem que está sendo perseguido por envolvimento em uma trama de espionagem. Porém, a mulher é assassinada e Richard, mesmo sabendo dos riscos que corre, decide tentar resolver o mistério." (Cineplayers).



"Este é o nosso primeiro filme do mestre do suspense Sir Alfred Hitchcock, reconhecido por seus conterrâneos como alguém capaz de dominar algo, no caso o cinema, ao concederem o título nobiliárquico de Sir. Nessa nossa jornada vamos nos deparando com os gênios da arte de fazer arte, aos poucos e de repente, e a vez do Hitchcock chegou, e claro, a vontade, ansiedade e o preconceito vieram a tira colo. E foi uma surpresa 'comicamente' gratificante e recompensadora. Tudo começa no teatro onde se apresenta 'o homem que sabe a resposta de tudo' e por sinal, também é onde tudo termina. Esse personagem representa em sua face a tristeza de ser o mais inteligente, sabedor e culto do mundo, virando refém do seu próprio conhecimento que vai crescendo e ficando a cada aprendizado mais insuportável, até que essa sabedoria o tira a vida. Porém, ele é apenas um personagem ocupado em desfechar a trama. A história então começa trazendo suspense, drama e pastelão, muito bem trabalhados entre si, o que faz da história cativante, divertida e emocionante, e acabamos ficando na torcida do começo ao fim para que Richard prove sua inocência e possa viver sua vida tranquilamente, sem sobressaltos. A atuação convicta, perdida e cambaleante do Robert Donat preenche perfeitamente a ideia do filme, onde ele precisa, a cada momento, e em diversos lugares, se safar de situações claramente sem saída e da qual achamos que chegou seu fim, mas de repente, ele acha uma saída para a situação, e tentando fugir dessa situação que se safou, acaba entrando em outra, até que seus problemas vão aumentando, as pessoas que o querem "vivo ou morto" também, e a história vai ficando ainda mais interessante. A trama foi eleita a 'terceira melhor produção britânica de todos os tempos', pelo Instituto Britânico De Cinema (British Film Institute). É uma obra espetacular, muito bem atuada, nos presenteando com uma história leve e cativante com atuações na medida desmedida para a obra detalhista do mestre do suspense."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Robert Donat (Richard), Madeleine Carroll (Pamela) e a direção de Hitchcock formaram um trio edípico perfeito para esta obra de suspense e perseguição. O filme e as atuações dão a intensa sensação de se ter alguém a procura, de se necessitar fugir a todo tempo. As sequencias são dinâmicas e impressionam para o cinema da época, tudo acontece rapidamente e é incrível perceber os momentos em que a câmera foca os detalhes: as mãos juntas, as expressões faciais, as placas... tudo é indício, tudo é material para ir se descobrindo pouco a pouco qual o ponto que encaixa o quebra-cabeça que o filme nos apresenta. Robert Donat representa brilhantemente o personagem paranóico, aprisionado com algemas até o final: seu destino é nos mostrar o que são os 39 degraus, apesar de a corrida com Pamela ser o mais interessante da história. A obra apresenta fotografia e cenas notáveis para a época, no que destaco o momento em que Richard está sendo perseguido no trem e tem que passar de uma cabine para a outra pelo lado de fora, com o trem em movimento. Assim como Stanley Kubrick, Alfred Hitchcock nunca ganhou um Oscar, apesar do reconhecimento público, crítico e notório de ambos como grandes gênios do cinema, o que se leva a pensar que a Academia (Academy Awards / Academia de Artes e Ciências Cinematográficas) talvez tenha mais mérito do que merece em suas glamurosas premiações."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





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25 março 2011

Cauby Peixoto: A Voz Reluzente Do Brasil

Saudações...

Encerrando o mês de março trazemos aquele que é visto como o Frank Sinatra brasileiro e tem sua voz notadamente bem posta em 'New York, New York'. Trazemos Cauby para comemorar seu 80º aniversário conosco!






Cauby Peixoto Barros, ou simplesmente Cauby Peixoto (Niterói, 10 de fevereiro de 1931) é um cantor brasileiro. Voz caracterizada pelo timbre grave e aveludado, mas principalmente pelo estilo 'dândi', que inclui figurinos e penteados excêntricos. Em atividade desde a década de 1940, Cauby é conhecido no meio artístico como Professor. A família tinha a música no sangue; o pai tocava violão e a mãe bandolim; os irmãos eram instrumentistas, e o tio grande pianista.






Foi considerado pelas revistas Time and Life como: O Elvis Presley brasileiro. Convidado para uma excursão aos EUA gravou com nome artístico de Ron Coby um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. Em 1957, Cauby foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, a canção 'Rock and Roll em Copacabana' foi composta por Miguel Gustavo, autor da marchinha 'Pra Frente, Brasil'. O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto (o "China"), no filme 'Minha Sogra é da Policia' (1958), o grupo acompanha Cauby na canção 'That's Rock', composta por Carlos Imperial. Cauby ainda gravaria a canção 'Enrolando o Rock' da banda Betinho & Seu Conjunto, após esse rápida passagem pelo gênero, o cantor não voltaria mais a gravar canções de rock.

Em 1959, retornou aos EUA para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, aparições na televisão e gravou, em inglês, 'Maracangalha' de Dorival Caymmi, que recebeu o título de 'I Go'. Numa terceira visita aos EUA, algum tempo depois, participou do filme 'Jamboreé' da Warner Brothers. Durante toda a década de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes.






A partir da década de 1970, fez aparições freqüentes em programas de televisão no Rio de Janeiro e pequenas temporadas em casas noturnas do Rio e de São Paulo. Em 1979 o roteiro profissional incluiu Vitória (ES) e Recife (PE), no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga. Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o disco 'Cauby, Cauby', com composições escritas especialmente para ele por Caetano Veloso (Cauby, Cauby), Chico Buarque (Bastidores), Tom Jobim (Oficina), Roberto Carlos e Erasmo Carlos (Brigas De Amor) e outros. No mesmo ano, apresentou-se nos espetáculos Bastidores (Funarte, Rio de Janeiro).






Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp. Foi lançada pela Columbia caixa com 2 CDs abrangendo as gravações de 1953 a 1959, com sucessos como 'Conceição'. Atualmente, apresenta-se nas noites de segunda-feira no Bar Brahma, tradicional templo da boemia paulistana, localizado na mais famosa esquina brasileira (av. Ipiranga com São João, em São Paulo, Brasil), em temporada que já dura mais de dois anos, com ingressos concorridos.

Fonte: adaptado de Wikipedia





Para encerrar: dois presentes de Cauby para nós, interpretando "New York, New York" e "Bastidores".







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22 março 2011

1001 Filmes: Alta Sociedade (High Society)

DIREÇÃO: Charles Walters;
ANO: 1956;
GÊNEROS: Comédia e Musical;
NACIONALIDADE: EUA;
IDIOMA: inglês;
ROTEIRO: John Patrick;
BASEADO EM: peça "The Philadelphia Story" de Philip Barry;
PRINCIPAIS ATORES: Bing Crosby (C.K. Dexter-Haven); Grace Kelly (Tracy Lord); Frank Sinatra (Mike Connor); Celeste Holm (Liz Imbrie); John Lund (George Kittredge); Louis Armstrong (ele mesmo).




SINOPSE: "Um dos maiores clássicos musicais de Hollywood, Alta Sociedade, remake baseado na peça Núpcias de Escândalo (The Philadelphia Story), traz um notável trio de estrelas formado por Grace Kelly, Frank Sinatra e Bing Crosby, além de Louis Armstrong para embalar essa história ao som de sua música. Num mundo de ricos, estão Tracy Lord e Dexter, um casal bem abastado que acaba de se divorciar. Os dois se conhecem desde crianças, mas esse importante elo não foi capaz de impedir a separação. A ex-mulher, filha de um playboy milionário, quer começar uma nova vida, ao lado de um novo amor. Mas, Dexter ainda está preso às lembranças de Tracy. Ela está prestes a se casar novamente, desta vez com George, um grande homem de negócios. Só que o charme de Tracy não pára por aí. Além de George, ela consegue fisgar Mike, por quem está extremamente atraída." (Webcine).



"Chegamos ao cinema da primeira metade do século XX, onde a ingenuidade e leveza nas histórias e o charme das interpretações e personagens prevaleciam acima de tudo, e não foi diferente nesse filme. Além disso, colocar juntos Grace Kelly, na época a musa do cinema, ao lado de Frank Sinatra e Louis Armstrong, dois ícones da música norte-americana atuando juntos foi um marco. O primeiro veio de uma família pobre do estado de Nova Jérsei, cantando músicas pop, jazz e blues, ganhou duas estrelas na Calçada da Fama, uma como músico e outra como ator e sua música tinha identificação com a alta sociedade. Já o segundo, também de uma família humilde, mas do estado de Nova Orleães, berço do jazz e blues, foi reconhecido como a 'personificação do jazz' e se destacou como solista de trompete e cantor, ambos tinham uma voz única, um tímbre incomparável. Na época, era muito comum que os grandes cantores também se destacassem como atores de filmes. A trama é bastante simples, chegando a ser ingênua, porém, muito vibrante e alegre em todo tempo, e poder ver atuando e cantando juntos, dois dos maiores artistas do século XX com o toque especial da mais pura beleza feminina de Grace Kelly é um privilégio e uma relíquia."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Realmente difícil tecer comentários negativos para um filme tão brilhante com estrelas como Grace Kelly, Bing Crosby, Frank Sinatra e Louis Armstrong, entre outros, mas, em contrapartida, muito fácil de derramar elogios. Atriz, princesa e ícone da moda, Grace Kelly nos brinda com esta atuação ‘forte’ na qual Tracy tenta se impor como mulher decidida, segura e independente, assim como foi a vida, cheio de amores e paixões, da atriz. Ela, realmente, navega nas águas da sedução e deixa seu desejo a guiar, prostrando sua ‘coroa’ real com altivez, talvez pelo que Dexter lhe interpreta, por conta de sua relação edípica mal resolvida, é lindo! No decorrer da história três homens tocam seu coração e suas diferentes características deixam-na com dúvidas e, aos poucos, mostra sua sensibilidade e, por que não dizer, fraqueza. O ponto culminante deste embalo nos braços da sedução é sua crise alcoólica, deixando-se levar do mundo da alta sociedade para os braços do queridíssimo e sedutor jornalista Mike. O jornalista até nos lembra o papel de um psicanalista, com seus questionamentos e investigações que derrubam as estruturas da dama – e Dexter faz um pouco disso também, deixando Tracy cada vez mais cercada. Entretanto, quando acorda encontra os três homens esperando por uma decisão sua: e agora? Tracy busca navegar por águas calmas no belo barco de Dexter, o ‘True Love’, mas percebe que a vida e o amor navegam por águas tumultuadas de sentimentos, desejos e interesses, nem sempre (ou quase nunca) postos em harmonia ou tranquilidade. Ao fim, a mulher tão segura de si controla as velas de seu barco ou se deixa levar pelas ondas? Vale a pena ver esta elegante obra que é envolta de glamour, sedução e beleza. Tracy, sabendo de seus envolventes atributos, não quer escolher tendo que renunciar, ela quer os três homens, ela quer tudo, cada um dos cavalheiros com suas características perturbadoras. A sociedade atual, pós moderna, contemporânea, aliás, tem um pouco disso, desta dificuldade de se renunciar – seja pela presente alta variedade, seja pela liberdade excessiva ou pelo abandono e solidão que se presencia. E, por fim, no caso da dama de nossa história, com seus dotes, ela poderia ter todos que quisesse. Mesmo que o filme fosse ‘tosco’ em sua história ou personagens valeria a pena assistir só pelo encanto e pela beleza de Grace Kelly com seus traços, formas e movimentos perfeitos. Nem parece real, é hipnótico."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





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18 março 2011

Melhores Créditos: Parte 4

Hoje trazemos mais um ranking de créditos que contém arte e criatividade!




5ª posição: Batman (Batman, EUA, Tim Burton, 1989)
Um dos filmes mais rentáveis de Tim Burton.



4ª posição: Revolver (Revolver, França e Inglaterra, Guy Ritchie, 2005)
Com toda sua violência nesta abertura, nossa 4ª posição!



3ª posição: A Época Da Inocência (The Age Of Innocence, EUA, Martin Scorsese, 1993)
Merece esta posição. Uma maneira de apresentar créditos de forma sensível.



2ª posição: Peixe Grande E Suas Histórias Maravilhosas (Big Fish, EUA, Tim Burton, 2003)
Super criativo em cima de uma ideia relativamente simples.



1ª posição: Handmade Nation (Handmade Nation, EUA, Faythe Levine, 2009)
Nesta abertura os créditos dançam conforme a música. Excelentes imagens envolvidas por uma canção bem animada. Nossa primeira posição de hoje.



Traremos outros ranking's no futuro. Até lá!


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15 março 2011

1001 Filmes +: De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut)

DIREÇÃO: Stanley Kubrick;
ANO: 1999;
GÊNEROS: Drama, Suspense e Thriller;
NACIONALIDADE: EUA e Inglaterra;
IDIOMA: inglês;
ROTEIRO: Arthur Schnitzler e Stanley Kubrick;
BASEADO EM: conto "Traumnovelle" de Arthur Schnitzler;
PRINCIPAIS ATORES: Tom Cruise (Dr. William 'Bill' Harford); Nicole Kidman (Alice Harford); Madison Eginton (Helena Harford); Sydney Pollack (Victor Ziegler); Todd Field (Nick Nightingale); Marie Richardson (Marion); Sky du Mont (Sandor Szavost), Rade Šerbedžija (Mr. Milich) e Julienne Davis (Amanda 'Mandy' Curran).




SINOPSE: "Bill Harford (Tom Cruise) é casado com a curadora de arte Alice (Nicole Kidman). Ambos vivem o casamento perfeito até que, logo após uma festa, Alice confessa que sentiu atração por outro homem no passado e que seria capaz de largar Bill e sua filha por ele. A confissão desnorteia Bill, que sai pelas ruas de Nova York assombrado com a imagem da mulher nos braços de outro" (Cine Menu).


"Não podemos deixar de lembrar que esse filme fecha um dos ciclos mais bem sucedidos da história do cinema, pois este é o último filme do diretor Stanley Kubrick, um dos maiores na sua área. Só para tentar descrever sua importância, dos 13 filmes que dirigiu, 10 estão entre os '1001 Filmes Para Ver Antes De Morrer', da qual usamos como base para as publicações dos '1001 Filmes' aqui no blog. O filme em si, traz algumas características típicas de filmes dirigidos por Kubrick, como os sons em segundo plano em cenas de dramaticidade e suspense, ou então, aquela câmera, centralizada no objeto, que muitas vezes é algum personagem, e que o segue fixada em um mesmo ponto. Esses detalhes são únicos e característicos, tanto que os percebi logo no segundo filme dele que assistimos, sendo que o primeiro foi '2001: Uma Odisséia No Espaço', já comentando aqui. O filme é feito uma colcha de retalhos, onde o personagem de Tom Cruise, se vê envolvido em várias situações embaraçosas, uma seguida da outra, que mesmo tendo uma ligação na história, são diferentes entre si. Essas situações começam normais no primeiro contato dele com elas, sendo que já no segundo, elas se modificam e nos surpreendem, sendo ai, o ponto onde o Dr. William se mete em confusão, dando a impressão de que o destino 'o pegou para Cristo', pois situações cotidianas, como reencontrar um ex-colega de faculdade, o faz se envolver em uma grande confusão. Por isso, o filme é bastante confuso e um tanto quanto sem linearidade. Tanto as várias situações que ele acaba se envolvendo e tendo problemas, como no filme em si, a impressão é de que não acabou, que irá continuar em algum ponto adiante. Essa falta de final, particularmente, não me agrada, e também poderíamos dizer que é uma das características de Kubrick e da qual faz muito bem, dirigir filmes sem final fechado."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Stanley Kubrick nos presenteia, ao fim de sua obra, com esta grande fábula sobre fantasias de casal, muito bem adaptado por ele e filmado em seus detalhes mais... sórdidos. 'De Olhos Bem Fechados' mostra a vida de um casal descoberto em suas fantasias mais secretas, obrigados a confessá-las. Bill fica perplexo quando ouve de sua esposa a fantasia sexual que teve com outro homem, sai para atender uma paciente e, a todo o momento, pensa nas cenas de sua esposa transando com outra pessoa. Note que o pôster do filme mostra Alice olhando para outro lugar, outra pessoa talvez, enquanto Bill a beija e se entrega somente a ela. Na história, a noite se apresenta com várias possibilidades e Bill se encontra com suas próprias fantasias, mesmo que tentando fugir ou negá-las. Ora, quem confessou foi a esposa, mas quem está indo ao ato é Bill, descobrindo assim que ambos vivenciam experiências imaginárias extra-casal. Muito significativa a cena em que ele esta na mansão dos mascarados e é descoberto pelos demais participantes da festa como um intruso, sendo obrigado a retirar sua máscara, além de lhe ser pedido que retire a roupa. É como se dissessem: 'te pegamos, agora mostre sua cara sem a máscara com a qual se esconde e fique nu'. É uma cena que o chama à humilhação pública. Enfim, uma obra-prima que mostra os parceiros amorosos de olhos bem fechados... às fantasias um do outro."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





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11 março 2011

Japão: A Fragilidade Do Ser (日本:存在の脆弱性)

O Teatro da Vida se solidariza à dor e a perda do povo japonês nesse 11.03.2011, com o qual aconteceu o maior terremoto dos últimos 100 anos do Japão e o sétimo maior da história humana, acompanhado de vários tsunamis que arrasaram a costa nordeste japonesa.

Talvez seja essa a catástrofe natural mais bem registrada da história, em tempo real, nos trazendo imagens impressionantes de destruição e da força da natureza, o que nos faz parar e pensar, o quão frágil somos perante as forças da terra, do mar e do ar.




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08 março 2011

1001 Filmes: 1900 (Novecento)

ANO: 1976;
GÊNEROS: Drama e Político;
NACIONALIDADE: Alemanha Ocidental, França e Itália;
IDIOMA: Italiano;
ROTEIRO: Franco Arcalli, Bernardo Bertolucci e Giuseppe Bertolucci;
BASEADO EM: ideia de Bernardo Bertolucci;
PRINCIPAIS ATORES: Robert De Niro (Alfredo Berlinghieri); Gérard Depardieu (Olmo Dalcò); Dominique Sanda (Ada Fiastri Paulhan); Donald Sutherland (Attila Mellanchini); Laura Betti (Regina); Paolo Pavesi (Alfredo criança); Roberto Maccanti (Olmo criança); Werner Bruhns (Ottavio Berlinghieri); Sterling Hayden (Leo Dalcò); Burt Lancaster (Alfredo Berlinghieri avô); Romolo Valli (Giovanni Berlinghieri).




SINOPSE: "O filme faz uma retrospectiva histórica da Itália desde o início do século XX até o fim da Segunda Guerra Mundial, focando as vidas de duas pessoas: Olmo o filho bastardo de camponeses, e Alfredo o herdeiro de uma rica família de latifundiários. Apesar da amizade desde a infância, a origem social fala mais alto e os coloca em pólos política e ideologicamente antagônicos. O pano de fundo é o intenso cenário político da época, com o fortalecimento do fascismo e, em oposição, as lutas trabalhistas ligadas ao socialismo." (Tele Filme Online).



"O primeiro segundo do filme nos traz a melhor cena de natureza até então vista por mim no cinema. A paisagem da região de Emília, ao Norte da Itália é leve, deslumbrante e de tão perfeita é extenuante, chegando a nos fazer ver a imperfeição impressionista de Claude Monet em nossa frente. Outra analogia que faço, e que percebi logo nos primeiros minutos do filme, é quão próximo '1900' é de '120 Dias De Sodoma', não apenas sendo um filme da mesma época, no mesmo contexto político e na mesma linha geográfica, mas principalmente, pelas paisagens, culturas, etc. apresentadas. Mais adiante, parece que '120 Dias De Sodoma' poderia ter acontecido dentro de um dos palacetes vizinhos ao lar dos Berlinghieri, e por ventura, a participação de membros dessa família nas insanidades retratadas. Mas o filme não se resume a isso, muito pelo contrário, fala da amizade, que mesmo num período conturbado da história humana, ou européia, consegue se sobrepor as faltas de inteligências de atos da época, mesmo que em alguns momentos nos faça pensar que ruiram diante das ambições e mesquinhez humana, mas que na verdade nos mostra a luta da razão pela emoção, onde o afeto, o carinho e o companheirismo imperam. O filme termina retratando bem o presente e o futuro dos ideais socialistas e fascistas. Enquanto a juventude (aqui representada por Leonida) observa atentamente a luta entre o fascismo (representado por Alfredo) e o socialismo (representado por Olmo), as duas doutrinas se degladiam até envelhecerem, enquanto o fascismo se suicida pelo seu excesso de auto-confiança, o socialismo morre de cansaço. Apesar das longas 5 horas, o final parece chegar antes do tempo, nos fazendo imaginar que nossa ideia de tempo esteja um tanto quanto deturpada, pois o filme não cansa, mesmo não lançando mão de artefatos cinematográficos para nos prender a atenção, como grandes batalhas, rostos bonitos, enredo impressionante e impossível, etc. simplesmente retrata a vida de uma vila italiana como era no começo do século passado, e por ficar apenas nessa retratação, consegue ser completa, leve, simples e rica em cada segundo, talvez por isso seu tempo não represente de fato mais de 5 horas."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Bernardo Bertolucci produziu este filme com fundo político, mas envolto pela aura de amizade entre Alfredo Berlinghieri e Olmo Dalcó, o que dá margem a desenvolver esta relação em meu comentário. É um grande filme para se entender a história italiana através da vivência dos menos favorecidos pelo regime dominante e chama seus personagens a assumirem determinados papéis, questionando quem se é e de que lado se está na guerra. Desse modo, Olmo é o valente, forte e corajoso, aquele que se coloca deitado no trilho esperando o trem passar, enquanto Alfredo não possui tanta coragem assim e foge destes momentos de perigo. O significante que marca Alfredo para se defender desta posição inferior é muito bem encarnado por ele, o patrão, em contraposição ao socialista, mesmo que aberto às ideias desta filosofia. Ora, para ser socialista tem que se ter coragem: para ir contra o que está pré-estabelecido tem que se ter coragem. E Alfredo herda do pai o título de patrão, o cetro real, o trono de onde deve ter pulso firme para comandar, não necessitando de coragem, já que a linhagem familiar determinou seu lugar e, mais do que isso, o lugar de seu desejo. No decorrer do filme percebe-se que os amigos dividem muito de si um com o outro, apesar das diferenças ideológicas, chegando a partilhar a mesma mulher em uma ocasião. Olmo ensina a Alfredo um pouco do submundo e Alfredo aprende a ser um pouco mais humano no decorrer do caminho. Este caminho de humanização é que leva a história para o desfecho de desapropriação de seu título de patrão e à decisão de se deixar Alfredo vivo. Interessante notar como após a declarada morte do patrão em seu status simbólico, o mesmo fica sem saber direito quem se é e, após expressão de luto, refugia-se na fantasia, no chiste e declara ao amigo que o patrão está vivo. Ele se vangloria sobre seu amigo e, ao mesmo tempo, sela através da brincadeira infantil que desenvolvem na cena que não há mais este título entre eles, podendo agora ser amigos do mesmo nível, envelhecendo juntos como crianças. E quem vai até o trilho esperar pelo trem agora é Alfredo."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





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04 março 2011

Melhores Créditos: Parte 3

Inspirados por posts em sites diversos e ranking's de todos os tipos, trazemos hoje a terceira parte de nosso ranking com 5 créditos de abertura interessantes, criativos e que despertam no espectador a vontade de continuar a assistir a obra.

Alguns dos filmes abaixo terão posts individuais com nossos comentários, mas ficam todos desde já como dicas de bons filmes para se ver nestas férias, nos fins de semana... e sempre que desejar!



5ª posição: O Pequeno Nicolau (Le Petit Nicolas, França, Laurent Tirard, 2009)
Um início bem lúdico, montado com imagens que refletem a vida dos “petits”... merece estar aqui, na quinta posição de hoje.



4ª posição: Watchmen (Watchmen, EUA, Zack Snyder, 2009)
Utiliza-se de muitos símbolos, como o do Studio 54 para mostrar uma vida diferenciada dos ditos “heróis”. Passa uma mensagem de paz, mostra a guerra, faz refletir acerca dos heróis do dia-a-dia... e pela bagunça humana que mostra merece estar neste ranking.



3ª posição: Seven (Seven, EUA, David Fincher, 1995)
Existe o crime perfeito?



2ª posição: Madrugada Dos Mortos (Dawn Of The Dead, EUA e Canadá, Zack Snyder, 2004)
Cenas extremamentes reais que merecem um prêmio de “arte realística”, se é que esse termo existe... rs...



1ª posição: O Senhor Da Guerra (Lord Of War, EUA, Andrew Niccol, 2005)
Utiliza-se da arte mostrando a vida de uma bala de revólver e merece o primeiro lugar em nossa seleção de hoje!



Traremos outros ranking's no futuro. Até lá...


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01 março 2011

1001 Filmes: Os 120 Dias De Sodoma (Salò O Le 120 Giornate Di Sodoma)

ANO: 1975;
GÊNEROS: Drama e Terror;
NACIONALIDADE: França e Itália;
IDIOMA: italiano;
ROTEIRO: Pier Paolo Pasolini, Sergio Citti, Roland Barthes, Maurice Blanchot, Pierre Klossowski e Pupi Avati;
PRINCIPAIS ATORES: Paolo Bonacelli (Duque); Giorgio Cataldi (Bispo); Umberto Paolo Quintavalle (Magistrado); Aldo Valletti (Presidente); Caterina Boratto (Senhora Castelli); Elsa De Giorgi (Senhora Maggi); Hélène Surgère (Senhora Vaccari); Sonia Saviange (Pianista); Franco Merli (Vítima Masculina); Renata Moar (Vítima Feminina); Ines Pellegrini (Escrava); Rinaldo Missaglia (Guarda); Giuseppe Patruno (Guarda); Guido Galletti (Guarda); Efisio Etzi (Guarda).




SINOPSE: "Baseado livremente em histórias de Marquês de Sade ('Círculo de Manias', 'Círculo da Merda' e 'Círculo do Sangue'), a história se passa na província italiana de Saló no norte de Itália que estava controlada pelos nazistas em 1941, onde quatro dignatários reúnem dezesseis exemplares perfeitos de jovens levando-os para um palácio perto de Marzabotto juntamente com guardas, criados e garanhões. A partir daí, eles passam a ser usados como fonte de prazer, masoquismo e morte. Além deles, há quatro mulheres de meia-idade: três delas contam histórias provocantes enquanto a quarta os acompanha ao piano." (O Teatro Da Vida).



"Assistir, ver e comentar o filme, é sinônimo de visitarmos lugares dentro de nós onde não gostamos de ir, preferimos ignorá-los, pois nos faz ter contato e refletir sobre situações constrangedoras, rudes, perversas, repugnantes e não humanas. O filme nos força a enxergar e analisar paralelos com a religião, por exemplo, quando insere um bispo como um personagem da trama, nos mostrando que a submissão aos religiosos podem ser cegas e perversas muita vezes. Também nos traz a tona a imparcialidade e a corrupção da justiça e da política, representada pelo magistrado e pelo presidente, além superioridade e da indiferença da "alta classe", representado pelo duque. Mas qualquer abordagem que se faça que não seja a respeito da degradação humana, acaba sendo no mínimo, uma brincadeira de mal gosto com aqueles que um dia passaram por isso, nos idos anos de 1940, quando a brutalidade e falta de respeito para com o ser humano chegaram ao ápice na história da humanidade, com o fascismo, e talvez muito pior, com o nazismo. O filme, em todo momento, nos faz ter nojo, repulsa, pena, raiva, indignação, etc. ao ver cenas de escatologia, humilhação, submissão, maltrato físico e mental. É um filme perturbador e chocante, pela clareza e falta de vergonha, medo, e pela audácia e coragem do Paolo Pasolini, em transformar a ideia do Marques de Sade em um filme realista sobre o lado obscuro e devasso da mente humana. Mas também poderíamos imaginar que o filme teve como base o tríptico 'O Jardim das Delícias Terrenas' de Hieronymus Bosch, onde retrata na parte central o paraíso recoberto de corpos nús e celebrando os prazeres da carne, sem sentimento de culpa, ressaltando a preposição cristã dizendo que entre o bem e o mal mora o pecado, a luxúria e a passagem etérea do gozo e do prazer. O que também surpreende é como há pessoas com todo tipo de perversão, e podemos classificar também como tal, pela forma como é apresentada, a submissão das vítimas, algumas até sentindo prazer em estar naquela posição, e passando por situação inadmissíveis à maioria. Outro ponto interessante que foi retratado com bastante sutileza por Pasolini é o fato de o preconceito racial ser muito maior e mais forte que outros tipos de preconceitos, como: ideológicos, sexuais ou religiosos. Afinal, a única pessoa negra do filme é a clássica "empregada", que nesse contexto de falta de pudor e limite, não houve a necessidade dos poderosos de terem recrutados garotos e garotas negras, pois como eles mesmos dizem, aquelas vítimas brancas são a representação da melhor e mais pura beleza humana, representando o preconceito racial embutido nas escolhas. A qualidade e o profissionalismo do elenco merecem todo o nosso reconhecimento e aplausos, por um único motivo: fazer um filme com esse contexto, sendo obra de ficção, mas parecendo que suas atuações foram momentos reais de suas vidas, é algo muito complicado, pois estão interpretando e tendo contato com o lado negro da mente humana, e a possibilidade de não parecer real fica ainda mais latente nessas situações, e ainda assim, conseguiram fazer com que acreditássemos que tudo era a realidade, como se fosse uma notícia passada em telejornal."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Porque este filme merece ser assistido? Por que: é o filme mais perturbador da história do cinema (como concordam diversos críticos); seu diretor morreu, possivelmente, por conta das corajosas ideias que o geraram; pela demonstração de como o poder age (seja proveniente do governo, do clero ou do magistrado) e de como os grupos de pessoas se comportam perante ele; mostra o limite da perversão com a psicopatia; contém várias perversões e/ou fetiches à flor da pele: sadismo, masoquismo, coprofilia, exibicionismo, voyerismo...; causou repulsa da sociedade, que o colocou no exílio por anos; ótimo estudo para a fixação nas diversas fases do desenvolvimento psicossexual: oral, anal, edipiano... (mas não poderia ser exibido na universidade por conta das pessoas mais contidas que não se sentiriam bem com seus instintos mais primitivos saltando para fora...); e demonstra as relações com figuras de autoridade variadas, neste contexto todo, como por exemplo: o presidente, o bispo, o pai, o juiz e o marido. Divirta-se... se puder!"

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





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